Harry F. Harlow foi um psicólogo norte-americano que fez algumas experiências sobre a formação do apego, utilizando filhotes de macacos Rhesus. Para tanto, ele separou macacos de suas mães logo após o nascimento, e colocou os macaquinhos em contato apenas com duas mães artificiais. Uma delas era de arame e, embora fria e dura, continha a mamadeira cheia de leite. A outra era quentinha e felpuda, mas não oferecia nenhum alimento. Ele observou então que os macaquinhos iam até a mãe de arame apenas para se alimentar, mas passavam o resto todo do tempo com a mãe felpuda. Com o passar do tempo, foram desenvolvendo uma forte ligação com a mãe de pano. Quando um estranho ameaçador (por exemplo, um urso mecânico de pelúcia) aparecia, os macaquinhos fugiam para se agarrar na mãe de pano, a fim de se confortarem e se sentirem seguros. Quando colocados em um ambiente estranho, da mesma forma, os macaquinhos buscavam imediatamente conforto e a segurança na mãe de pano, e só depois conseguiam explorar um pouco o local.
Podemos achar que essas experiências foram um pouco malvadas…mas elas mostraram algo muito importante: que a necessidade de apego é uma necessidade primitiva, instintiva, do bebê, tão instintiva e primária como a necessidade de alimentação. E que o apego não é necessariamente pela figura que alimenta, mas pela que dá aconchego. Portanto, o bebê não se vincula fortemente à mãe porque é ela quem lhe dá o leite, e sim porque é ela quem lhe dá carinho e segurança. Um medo muito comum das mães que trabalham fora e precisam deixar seus filhos com babás é de que a criança venha a se ligar mais à babá do que a ela. Mas as mamães podem ficar tranquilas! Se a babá for aquela que fornece os cuidados básicos à criança (comida, higiene) e a mãe for uma mãe presente e carinhosa, que fornece amor e aconchego à criança sempre que está em casa, o bebê não terá dificuldade nenhuma em se apegar fortemente à mãe! Boa notícia, né?
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Juliana Garbayo
Graduada em Medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF). Cursou Residência Médica em Psiquiatria na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ-IPUB)
Trabalho 12hs . Quando. Chego em casa meu filho de 2 anos chora pela babá. Chamando de mama. Nao deixa ela ir embora, quando ela dorme em casa., chora pra dormi em casa. E quando eu saio pra ir aniversario infantil tem medo das pessoas, quer ficar no colo., nao quer brincar con os colegas. Que conduta tomar?
Olá, Dieyne! Este problema infelizmente não é incomum atualmente. É possível minimizar as horas contadas de convivência com os filhos, desde que, no tempo que você tem para ficar com ele, consiga se desligar totalmente das atividades e dedicar atenção completa a ele. Sente no chão para brincar, pegue no colo, dê bastante carinho e afeto. Mas, se você puder, avalie diminuir sua carga de trabalho, para que possa desfrutar mais da companhia do seu bebê. Será que se você reduzir a carga de trabalho e consequentemente, seus ganhos, não é possível cortar gastos, inclusive diminuindo a carga horária da babá? Muitas vezes, vale a pena ganhar um pouco menos mas, em compensação, ter mais tempo livre para a família. Pense nisso! Um beijo e boa sorte!