O dia das mães está chegando, e as crianças começam a preparar trabalhinhos, desenhos, cartões na escola para presentear a mãe. E o que acontece com aquelas cujas mães, por uma ou outra razão, não estão mais vivas?
Todo ano o cenário se repete, e aquela criança que não tem mais a mãe viva deixa a professora sem saber como agir. Provavelmente, a “situação delicada” vai ser resolvida incentivando a criança a fazer o presente para a avó, para uma tia, para a madrinha, para o pai. Ou, pior, vão dar alguma outra atividade para ela, fazendo-a se sentir excluída do grupo.
Qual o problema desta atitude?
Esta atitude não é ideal por um motivo bem simples: essa criança tem mãe….mesmo que ela esteja morta.
O dia das mães, inevitavelmente, vai ser um dia de lembrar muito dela (se a perda aconteceu um pouco mais tarde na vida da criança) ou de só perceber a falta, mesmo que as lembranças concretas da mãe tenham desaparecido pela pouca idade no momento da perda. Não há como evitar isso – nem seria bom, se houvesse. Uma ideia bem melhor é deixar a criança fazer exatamente a mesma coisa que as demais, também para a sua mãe.
No dia das mães em si, ou em qualquer outro depois, o trabalho feito pode ter o destino que a criança preferir: pode ser deixado no local onde a mãe está enterrada, ser guardado junto com outras lembranças dela em uma bonita caixa de memórias ou até ficar em algum lugar especial na casa. O importante é não tentar eliminar a presença da mãe neste dia tão especial; afinal, mesmo que não esteja mais viva, esta mãe existe para esta criança – só que agora ocupa algum outro papel na vida dela e um novo lugar no seu coração.
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Juliana Garbayo
Graduada em Medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF). Cursou Residência Médica em Psiquiatria na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ-IPUB)