Estima-se que cerca de 60% das novas mães passam por uma forte melancolia após o parto, conhecida como baby blues ou tristeza materna. A mãe pode ter mudanças súbitas de humor, como sentir-se muito feliz e depois muito triste, pode chorar sem nenhuma razão e ficar impaciente, irritada, agoniada, ansiosa e solitária. A tristeza materna pode durar apenas algumas horas ou até 1 ou 2 semanas depois do parto e nem sempre requer tratamento médico.
Entretanto, parte dessas mulheres pode evoluir para um quadro mais grave, conhecido como depressão pós-parto.
A depressão pós-parto, assim como a maioria dos transtornos psiquiátricos, tem como causas fatores biológicos, psicológicos e sociais. Caso a mãe já apresente depressão antes do parto, é provável que ocorra seu agravamento. As grandes alterações hormonais durante a gravidez e no período pós- parto são um dos principais responsáveis, porém existe uma clara relação entre o suporte social, principalmente do parceiro e da família, o planejamento da gravidez e eventuais problemas de saúde da criança, bem como dificuldades sócio-econômicas, com a presença e a gravidade da depressão.
Os sintomas da depressão pós-parto podem incluir:
Sintomas:
- Sentir-se inquieta ou irritada
- Sentir tristeza, depressão ou chorar muito
- Falta de energia
- Ter dor de cabeça, dor no peito, palpitações no coração, falta de sensibilidade ou hiperventilação (respiração rápida e superficial).
- Não ser capaz de dormir, ou, inversamente, sentir-se cansada o tempo todo
- Perda de peso e falta de fome
- Comer demais e ganho de peso
- Problema de concentração, falta de memória e dificuldade de tomar decisões
- Ficar exageradamente preocupada com o bebê
- Sentimento de culpa e inutilidade
- Ficar com medo de machucar o bebê ou a si mesma
- Falta de interesse em atividades prazerosas, incluindo o sexo
- Aproximadamente um quarto dos pais também podem sofrer sintomas de depressão nas primeiras semanas após o nascimento do bebê.

- Algumas mulheres também podem desenvolver um quadro de psicose pós-parto, apresentando perda de contato com a realidade que pode incluir alucinação, delírios, fala desorganizada, humor instável, medo patológico e comportamentos violentos contra si e contra os outros. Trata-se de um quadro muito grave que pode requerer internação.
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Juliana Garbayo
Graduada em Medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF). Cursou Residência Médica em Psiquiatria na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ-IPUB)